O chefe de Estado de Portugal, Marcelo Rebelo, encontra-se no olho do furacão de um caso que está sendo investigado pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) devido a suspeitas de que possa ter intercedido indevidamente para obter o Zolgensma, um remédio de alto custo para duas irmãs brasileiras. A informação foi publicada na edição de hoje (7/11) do jornal O Globo
A controvérsia ganhou destaque após uma reportagem da “TVI”, que insinuou que o presidente poderia ter exercido sua influência para que as meninas, portadoras de dupla cidadania, recebessem o tratamento avaliado em cerca de 2 milhões de euros.
A situação é complicada pelo fato de o tratamento ter sido administrado apesar da resistência da equipe médica especializada do Hospital de Santa Maria, que faz parte do Sistema Nacional de Saúde (SNS) português. As crianças, residentes no Brasil e sem registro no SNS, conseguiram acesso ao hospital, que agora realiza uma auditoria para investigar o caso.
A mãe das gêmeas, Daniela Martins, inicialmente negou que houvesse qualquer tipo de tratamento preferencial. No entanto, ela acabou reconhecendo a intervenção de contatos influentes, incluindo conexões com a família presidencial, que levaram ao envio de um e-mail crucial do Ministério da Saúde ao hospital.
Enquanto isso, Marcelo Rebelo e seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, que é presidente da Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo, têm negado qualquer envolvimento. O presidente português refutou as acusações com veemência, assegurando que não teve conversas com nenhuma autoridade governamental sobre o caso e sugerindo que poderia recorrer ao sistema judicial para confrontar as alegações e manter a integridade de seu cargo e sua honra pessoal.