🧬 Decisões recentes do SUS têm aproximado entidades privadas financiadas pela indústria farmacêutica de posições estratégicas na rede de doenças raras. Isso cria um ambiente em que interesses comerciais podem influenciar triagem, fluxos e protocolos.
- Por que isso importa: esses arranjos reconfiguram silenciosamente o SUS, podendo deslocar a equidade e o interesse público em áreas de altíssimo custo, como terapias gênicas.
🧠 O que está acontecendo:
Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e portarias estaduais estão reconhecendo instituições privadas como “serviços de referência em doenças raras”, mesmo quando há forte dependência financeira de empresas do setor farmacêutico.
- Isso entrega influência sobre triagem e encaminhamentos.
- Pode também aproximar o SUS de modelos de governança que favorecem interesses corporativos.
🔍 Nas entrelinhas:
Há risco real de captura epistemológica e incentivos financeiros “por paciente”, ainda que indiretos.
- Protocolos e critérios podem ser moldados por conflitos de interesse.
- Cada diagnóstico em doenças raras pode acabar funcionando como ativo econômico na cadeia da inovação.
🖼️ O quadro geral:
O movimento configura uma contrarreforma silenciosa: o privado vira referência simbólica e técnica, o Estado vira fiador e pagador, e o SUS corre o risco de ser convertido em plataforma para expansão de terapias caríssimas, especialmente quando associadas à triagem neonatal.
💭 Nossa opinião
Sem limites claros entre parceria e captura, o SUS pode ser redesenhado para servir à lógica do mercado — não à saúde pública.
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Nota editorial: Análise geral de políticas públicas baseada em atos e fontes públicas, sem atribuição de condutas ilícitas ou específicas a qualquer entidade.


