Quando a esperança vira escombro: a dor de quem espera por um hospital que nunca virá.
A promessa de construção de um hospital para doenças raras em Jales (SP) foi enterrada sem cerimônia. O terreno de 55 mil m², avaliado em R$ 35 milhões e doado ao projeto pela diretoria do Jales Clube, teve sua doação revertida discretamente em cartório em 2023. Com isso, o ambicioso plano articulado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e pela Casa Hunter foi oficialmente abandonado. O dinheiro prometido — R$ 3,7 milhões em emenda parlamentar, com previsão de outros R$ 4 milhões — nunca chegou. Uma fonte ligada ao partido de Zambelli foi categórica: “Essa verba nunca existiu”.
O projeto havia sido alardeado em eventos públicos, com discursos inflamados de Zambelli, vídeos no YouTube e cobertura de imprensa. Em julho de 2022, às vésperas da eleição, ela chegou a anunciar o lançamento da pedra fundamental para agosto daquele ano, o que nunca aconteceu. Mesmo assim, foi a deputada federal mais votada de Jales. Agora, Zambelli está foragida, alvo de um mandado de prisão preventiva e na lista de difusão vermelha da Interpol, após ser condenada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão ao sistema do CNJ.
O episódio em Jales contrasta fortemente com o que foi anunciado com pompa na abertura da 6ª edição do Cenário das Doenças Raras no Brasil, em São Paulo. Na ocasião, o então secretário executivo de Relações Institucionais da Prefeitura, João Cury, e a própria Zambelli prometeram outro hospital para doenças raras — desta vez, na Vila Mariana, na capital paulista. O terreno, segundo Cury, teria 1.800 m², doado pelo município. Já Zambelli afirmou ter destinado mais de R$ 10 milhões em emendas federais para a iniciativa, que seria conduzida pela Casa Hunter.
À luz dos acontecimentos em Jales, as promessas feitas para a capital paulista ganham novo contorno: o que há de concreto neste novo projeto? A Casa Hunter não teria respondido aos pedidos de esclarecimento feitos pelo jornal A Tribuna, de Jales, até o fechamento da matéria que deu origem a este post, datada de 7/11/2023. O silêncio contrasta com o impacto que a notícia do suposto novo hospital gerou entre pacientes e familiares de pessoas com doenças raras.
A repetição do enredo preocupa. Em ambas as ocasiões, o nome da deputada Carla Zambelli aparece como protagonista das promessas financeiras, sempre acompanhadas de grande exposição pública, mas sem execução comprovada. Agora, foragida e sem prestar esclarecimentos, sua credibilidade política e seu compromisso com a causa rara estão naturalmente em xeque.
O caso expõe um padrão: a instrumentalização de uma pauta sensível como a das doenças raras para fins de promoção eleitoral e pessoal, sem que a população vulnerável, que mais precisa de serviços de saúde estruturados, veja qualquer benefício real.
Para a comunidade de raros, o alerta é claro — promessas políticas, mesmo quando embandeiradas com empatia e urgência, precisam ser acompanhadas de vigilância pela sociedade, prestação de contas e execução real. Palavras, o vento leva.
Com informações veiculadas no jornal A Tribuna, em 7/11/2023.
Nota de Transparência: Este post foi inicialmente gerado com o auxílio de tecnologias avançadas de Inteligência Artificial (IA), visando otimizar o processo de pesquisa e escrita. No entanto, é importante destacar que todo o conteúdo foi rigorosamente revisado e editado pelo autor deste blog. Nosso compromisso com a precisão e a qualidade da informação permanece inabalável, e a supervisão humana qualificada é uma parte essencial desse processo. A utilização da IA é parte do nosso esforço contínuo para trazer informações atualizadas e relevantes, sempre alinhadas com os mais altos padrões éticos e científicos.
Imagem gerada por Inteligência Artificial.